2011/08/16

Ilha da Fantasia: Novas Bandas Fazem Alvoroço em NYC (1999)


Festa de Natal no Max's Kansas City, 1975. Foto: Bob "Amigão" Gruen


THE BLAKE BROTHERS COMPANY

Esses fãs confessos de Captain Beefheart são liderados pelo catarinense Armando Jacobim e não há irmãos consanguíneos em sua formação. O som o "BBC" vem sendo obervado com atenção pela crítica, e é sondado pelas grandes gravadoras e público. A fórmula é simples: rock'n'roll sulista à la Lynrd Skynrd, porém dodecafônico. Vocal embriagado e cortante, saturado de distorção, letras que falam sobre sexo, Rosacruz & impérios em decadência. Samples de latidos e uivos caninos são os vocais de apoio. Mas o que realmente interessou a revista "Vogue" foi o visual vitoriano da banda, que tem como uniforme jaquetões inspirados em Edgar Allan Poe e cabelos e costeletas Sherlock Holmes. Lançou o Ep "Vapour (Interstellar Solution).

JASON TORQUAY & THE NEW NEWTONS

Muitos consideram Jason Torquay uma peste inconveniente, um sujeito verdadeiramente chato. Há anos ele é visto em festas e em shows com seu violão, irrompendo no meio das apresentações de outros músicos com suas canções lamuriosas no que chama de "pirataria sônica", que significa interromper o espetáculo dos outros com o seu próprio, a fim de roubar o público da apresentação "oficial". Sua técnica sempre foi se infiltrar entre as pessoas na plateia com uma guitarra e um amplificador portátil debaixo do braço. Não me perguntem como sempre conseguiu passar pelos seguranças.

Desnecessário dizer que por conta disso, Torquay já levou muito tabefe, porrada, cuspe e expulsão violenta dos lugares, além de estar na lista negra de diversos clubes de Williamsburg, do East Village e o Lower East Side, onde vive com seu cachorro ("Quem mais o aguentaria, além de um cão idoso abandonado?", disse Esther Garret em sua coluna do Village Voice, antes de elogiar sua música).

Acontece que um dia, Jason se uniu a um grupo de amigos da Philadelphia e criou algumas das baladas mais belas que se ouviu desde os Waterboys. O lirismo de Torquay é a grande vedete, além do estranhamento causado por seu tamanho: Jason é um dos homens mais altos e magros do showbizz, e contrasta com os New Newtons, irlandeses gordinhos de baixa estatura que invariavelmente brigam entre si durante os shows. Como é que um cara desses conseguia entrar em tudo que é lugar com uma guitarra? "E se fosse uma arma?" já ouvi esse comentário algumas vezes. A voz de Jason é um pouco estridente demais e as canções nunca tem menos que 6 minutos. Por essas e outras, Jason Torquay & The New Newtons foi chamada pela Vice Magazine de "A banda chata mais legal dos últimos tempos". Jason teve a manha de assinar com a A&M Records, parece. Conferir essa info.

KEMPO

Na encruzilhada mais distante e improvável do Bronx, encontra-se o bi-étnico Kempo. O som instrumental é construído pela união do DJ jamaicano Ben D. e seu assecla, o polonês Koproski, que toca um cravo de verdade enquanto Ben costura seu Hip Hop "de raiz". Com influências díspares como Vivaldi, Schubert (Dip?), DJ Shadow e Public Enemy, o Kempo ainda não foi bem decodificado pelo público novaiorquino.

THE EXPLODING TICKETS

Esses ingleses vivem em NYC desde 1993 e são o mais próximo que a eletrônica chegou do punk rock em 1998. Eles tem sido reverenciado por uma legião de fãs dos "dois lados do lago" ( o Oceano Atlântico, no caso). Negócio é o seguinte: eles querem tornar a mu...(texto interrompido).

tentativa de escrever no Metrô depois de um dia cansativo. dá pra sacar?

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