2006/02/25


Trago hoje algo sobre o futuro da humanidade - pequenos toques de como maximizar a sobrevida de nossa espécie. Algumas dicas de quem entende muito do assunto vão aparecer por aqui de vez em quando. Quem abre essa sessão é aquele chapa especial e talentoso conhecido como Tom Waits. Ele aconselhou no especial do Milênio da revista Rolling Stone de 30 de Dezembro de 1999:

“(...) Fuja e se junte a um circo. Faça uma tatuagem, viaje clandestinamente num trem. Plante um jardim e guarde as sementes. Case-se, tenha filhos, use um chapéu. Aprenda a se virar com um chicote. Não minta, não engane, não roube. Todos devem por comida na mesa. Dedique-se à unificação da diversidade de todos os seus aspectos. Lembre-se: grande parte do que é essencial é invisível ao olho. A qualidade do tempo que você passa com alguém é de longe mais importante do que a quantidade dele. E há muita coisa que se pode fazer com um pedal wah-wah e um microfone para gaita de boca.”

Em 1998, conversei com um músico morador de rua no metrô de Nova Iorque, um senhor de 72 anos chamado Doctor Minnesota (veja lá: http://www.geocities.com/CollegePark/Hall/3340/cass3.html ). Além de criar versões incríveis com sua guitarra, alimentada por arranjos Chicago Blues para hits das Spice Girls num canto de uma estação, profetizava sobre a música pop. Minnesota me garantiu:

"O esquema é Delay, muito Delay. O eco vai dominar a música do futuro, pode crê. Voz com eco, guitarra com eco, percussão com eco. Pode escrevê aí. Blues com eco. Eco com Eco. Muitas repetições, poucas repetições, vai do gosto de cada um. Eco é sexo. E tem mais: quando Deus fala, o que não falta é eco. Vai por mim."

2006/02/23

Barbária, música e um maldito produtor.

Já foi dito que o bom pirata está em guerra contra o mundo. Seu ímpeto é anárquico, no sentido de se opor a todas as instituições que despersonificam o ser humano e minimizam sua liberdade. Os piratas ideais saberiam instintivamente que esse estado de luta permanente deveria ser mantido a todo custo - o que acontece depois que os revolucionários tomam o poder é óbvio e muito triste, talvez um testemunho definitivo das limitações de nossa espécie.

Nunca pilhei ou participei de atividades que visassem ao butim à todo custo. Mas o destino quis que eu fosse para sempre associado aos irmãos da costa através da alcunha Cassim, que nunca escolhi mas que me caiu bem. Algo bem próximo de Cassim era um nome bem comum entre os piratas de Salé e Argel e de toda a costa norte-africana até o século XIX. Não sei se é só isso. O fato é que meu produtor, FC, me aconselhou a escrever este maldito blog. Ele acha que se eu estiver em contato mais direto e diário com o que chama de "meu público", minhas vendas (seja do que forem) podem aumentar bastante. Ele me assegurou que fará o possível para me fazer escrever aqui com regularidade. Ou seja, no que depender dele, essa instituição virtual chamada blog tem à partir de hoje mais um escravo. Pelo menos FC me deu toda a liberdade para discorrer aqui sobre o que eu bem entendesse. Então eu fico com essa sensação enganosa de ser livre para fazer o que bem entender, e o desgraçado recebe os 40% dele se as vendas aumentarem. O problema é que por enquanto eu não tenho nada pra vender. Nem um disco, nem um livro, nem tecidos finos afanados de um navio veneziano, nada. E nem acho que tenha um "público" com quem ter mais contato. A não ser que você que está lendo aí se qualifique como meu público.

Bem, ele fica com 40%, isso é abusivo. Então enquanto eu não acho uma maneira de declarar guerra contra ele - que é meu amigo, mas você sabe, negócios à parte, como diria Morgan - se não contra o mundo em alto estilo, vou aumentando aqui minha "proximidade" com "meu público".

Então para começar, preciso dizer o que tenho feito ultimamente além de sonhar em rapar embarcações cheias de especiarias e jóias para o benefício dos pobres (eu incluso): considero-me um artista, então eu componho e toco um tipo de rock sul-americano peçonhento com uma banda chamada Barbária e outra menos peçonhenta mas bem mal intencionada conhecida em minha terra natal - Curitiba - como Bad Folks. Além disso, eu escrevo, apesar de não ter publicado nada até agora - você ainda não está preparado para mim ou eu ainda não deixei a preguiça de lado e encarei o fato de que preciso me concentrar para terminar meu estranho romance de não-ficção chamado Cerebelo & Companhia (ou talvez ainda não tenha me tocado que não sou escritor nenhum, só um farsante, como muitos outros por aí, com a diferença de não ter lançado nada ainda enquanto eles ornam suas prateleiras com livros de capas transadas e frases ocas). O dinheiro que paga metade das minhas contas - obviamente eu ganho menos que merecia - vem de meus empregos como programador de música internacional da 99.5 Rádio Lumen FM de Curitiba (escute na net: www.lumenfm.com.br) e de professor de Inglês (estou dando um tempo agora) e de meus bicos como tradutor (ultimamente nem tanto um tradutor literário, como gostaria de ser, mas um de textos técnicos intrincados e de dar dor de cabeça). Ah, e às vezes eu sou Dj também, você pode me contratar para sua festinha de despedida, bar-mitzvah ou seja lá o que for. lembre-se: sempre 40% do que você me der vai para o famigerado FC, então não pechinche. Por favor.

É isso. Logo mais, tenho novidades sobre o futuro da humanidade . Dê uma olhada por aqui depois para ver como lidarei com esse maldito empresário e este espaço infame chamado blog.

Cassim