2009/05/19

Podcast do Cassim N.1 - Escute!

Podcast do Cassim n.1 - It's the animal (é o bicho!).


* Escute algumas das bandas que tocaram com Cassim & Barbária na tour pela América do Norte.

* Ouça os causos & todos os lances!

Clique e vá escutar já! Podcast do Cassim

2009/05/09

Life is a Gas

Ando sumido daqui por diversas razões, retomarei ainda durante o fim de semana os relatos de nossa tour na América do Norte.

Mas hoje, quero escrever um pouco sobre a perda de duas pessoas queridas pela comunidade musical de minha cidade natal, Curitiba. Um deles é o Gus, músico e personagem muito conhecido e respeitado no underground daquela cidade. Ele morreu na última segunda-feira depois de uma cirurgia. O outro se mandou desse mundo há exatos 15 anos. Era meu irmão, Daniel Fagundes, que foi ceifado num acidente de trânsito estúpido, como todos os acidentes de trânsito com vítimas fatais, quando tinha apenas 16 anos. A Adri Perin escreveu sobre a perda dos dois aqui.

Quando o Daniel morreu, estávamos distantes, ele no auge da adolescência, tendo uma vida cheia de fortes emoções com os amigos e a Relespública e ajudando a escrever a história do rock independente brasileiro (o compacto que gravou com a banda é considerado pelo Alexandre Matias uma das 25 pedras fundamentais do rock independente brazuca), e eu tentando inventar um caminho pra seguir nos meus 21 anos (será que viro astro do rock ou arquiteto? no fim, nem um, nem outro). Depois que se foi, as pessoas começaram a me contar sobre ele e descobri um outro irmão que me arrependo profundamente de não ter conhecido, simplesmente porque eu andava preocupado demais com minha própria vida para prestar atenção em quem estava ao meu lado.

Quando o Jansen me contou da morte do Gus eu pensei: - taí um cara muito legal com quem sempre tive bons papos sobre música, alguém da minha geração que passou pelas mesmas coisas que eu passei, que tocou numa banda que eu gostava muito, o Loaded, e que eu não conhecia muito bem. Apesar disso, tínhamos uma empatia grande. Infelizmente, agora é tarde demais para transformar essa empatia em amizade.

Pra mim, conviver com pessoas como o Gus, um cara inteligente, criativo, curioso e acima de tudo, gentil, é o que realmente importa na vida. Isso também vale para o meu irmão. Ele não era o tipo de pessoa que você conhece todo dia. Eu falo mais sobre ele em outro post.

Se tem algo que dá pra tirar da morte é isso: aproveite cada momento com as pessoas ao seu redor. Viver o melhor do presente com gente ao seu redor é sempre preferível a ficar se remoendo sobre o passado sozinho num quarto mal-iluminado do Chelsea Hotel às 11 e meia da noite, no meio do inverno e com um exército de fantasmas e frustrações subindo e descendo o corredor enquanto você escuta a estação de rádio de country e tenta escrever uma canção sobre seu amor pela Johanna.

Se bem que se a canção ficar boa, valeu.